quarta-feira, 5 de maio de 2010

PROMESSAS E MEDOS

Da primeira vez que morri
Jurei nunca mais voltar
Nas outras já fui me
Acostumando
Morrer não era tão difícil
Difícil era manter a jura
De nunca mais tentar

Da primeira vez que amei
Jurei nunca mais sonhar
Nas outras já fui me
Acostumando
Amar não era tão difícil
Difícil era manter a jura
De nunca mais buscar

Da primeira vez que sofri
Jurei nunca mais voltar
Nas outras já fui me
Acostumando
Morrer já não era tão difícil
Difícil era manter-me viva
Sem nunca mais amar.

APRESENTO MINHA COLEÇÃO

Tenho uma coleção de não
Não, não tenho coleção de peixes
Não tenho coleção de bolinhas de gude
Também não, não tenho coleção de calcinhas
Nem de plumas
Tenho mesmo uma coleção de nãos
Não vou a festas
Não como fritura
Nem carne de vaca, nem de boi!
Afinal tenho uma coleção de nãos...
Não tenho os não que recebi
Desses fiz doação
A minha coleção de nãos, feitos por mim
Sãos os meus não preferidos
Que acalento em dias
Os mantenho reluzendes, assim
Se alguém perguntar se sou feliz
Apresento minha coleção:
Não!
E escondo dizendo sim.
Sou sim!



PARA SER UMA LADY...

Tomo chá para dormir
E sonhar com a calmaria
Dos furacões
Assim desisto
De imaginar acordada
Dormindo
Que desejar tua presença
Devaneios
Tenho marcas em minha pele
Disfarçadas em queimadura
Que fiz em um dia de folga
Enquanto fingia
Louca ser
Sua
Lady,
Ah, tomo chá para dormir...
O pior do amor não correspondido
É descobrir acordada
Que era um sapo
O ser que eu brincava de amar
No momento que servia o chá
Para dormir...

PELE MARCADA

Trago em minha pele
A marca da dor
Verdadeiramente, não
Trago cicatrizes
Visíveis
Trago em minha pele
A marca da cor
Negritude
Presa, na garganta
Um grito de revolta:
Quem disse que um ser humano
Pode ser
Dono
De outro humano como ele?
Trago em minha pele
A dor do outro que
Sempre viverá
Em mim...
A dor que só cessara o
Dia
Em que nenhuna
Outra pele terá pela
Cor a marca
Da dor!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

silêncio

Desculpe!
Não foi possível
Salvar teu útero
Que outrora seco
Aguardava
Incomodo
Silencio!
Povoado por expectativas
Incertezas
Desculpe?
Não foi possível
Salvar teu sonho
Que outrora rico
Aguardava
Êxtase
Grito!
Povoado por lembranças
Certezas
Desculpe...
Não foi possível
Possibilitar?
Possibilidade...
Do útero seco salvar
Do silencio o grito
Desculpe é tudo..
que não quero
Nunca mais escutar.
Silêncio.

Um instante

Apagaram-se as luzes
Em um breve fechar
De olhos
Tudo risos, sussurros
Em festa...
Dia de glória
Glorioso dia!
A beira-rio e a estrela brilha!
Apagaram-se as luzes
Não foi um fechar
De olhos
Tudo brilho
De alegria
Do encontro
Em festa
Gloriosa noite
Em um luz ardia
Em meio escuridão
Gravava so o
Fim
Do dia!